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Quem escreve?



“Sou alma, poros, sangue e saudade. Mulher de lua em fases divididas, sonata que deseja ser tocada, prece que espera ser ouvida.” Sou desejos divididos, sonhos partidos, meias palavras, drama e poesia. Sou um aglomerado de substâncias ainda não catalogadas, inversas, complexas e inadequadas. Tenho uma fome pouca. Me satisfaço em estar em boa companhia, jogar conversas fora, rir até as bochechas doerem. Ou então, sentir a respiração dele no meu pescoço, vislumbrar crepúsculos cor de abóbora, banhos de chuva, chamego e singeleza. Escutar o som dos pingos caindo no guarda-chuva ou entrar no banho quente com os pés bem gelados. Guardar tudo que me lembre alguma coisa, tirar o esmalte da unha com a própria unha, observar, andar se equilibrando no meio-fio, estar em lugares pequenos e pequenos e aconchegantes. Desejar o rubor das rosas, a delicadeza das violetas a harmonia de um acorde musical. Brindar a desgraça, rir do desespero, hipotetizar as certezas...  “Sou assim... Prosa e poesia, canto e lamento, alegria e solidão... Rosa nascida na pedra, ave de asas cortadas, vulcão que ainda fumega, chuva em pleno verão (...)”  Parafraseando Clarice eu  “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...”